Foto de 24 de novembro de 2023 mostra tropas britânicas da Otan em patrulhamento em Jarinje, em Kosovo, na fronteira com a Sérvia —
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, se pronunciou sobre o maior exercício militar da Otan desde a Guerra Fria. As declarações foram publicadas neste domingo (21) pela agência estatal de notícias RIA:
“Um exercício desta escala marca o regresso final e irrevogável da Otan às estratégias da Guerra Fria, quando o processo de planejamento militar, os recursos e as infraestruturas estavam sendo preparados para o confronto com a Rússia”, disse o ministro à agência de notícias estatal RIA.
“Estes exercícios são outro elemento da guerra híbrida desencadeada pelo Ocidente contra a Rússia”, disse Grushko à RIA.
Na última quinta-feira, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) anunciou que vai convocar 90 mil soldados de países membros da aliança e da Suécia (leia mais abaixo).
O principal documento estratégico da Otan identifica a Rússia como a ameaça mais significativa e direta à segurança dos membros da organização.
Os militares vão participar de uma série de exercícios conjuntos que trabalharão com o cenário de um “ataque russo”, segundo o comandante-geral da Otan na Europa, o general Christopher Cavoli.
Moscou e o seu principal diplomata, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, acusam frequentemente o Ocidente de conduzir uma “guerra híbrida” contra a Rússia, apoiando a Ucrânia por meio de ajuda financeira e militar.
Exercício militar da Otan é o maior desde a Guerra Fria. — Foto: Kayan Albertin/g1
Segundo a Otan, para o exercício militar serão mobilizados mais de 1.200 veículos de combate:
- Ao menos 50 navios, de porta-aviões a destróieres;
- Mais de 80 caças, helicópteros e drones;
- Pelo menos 1.100 veículos de combate, incluindo 133 tanques e 533 veículos de combate de infantaria.
A Otan, aliança das Forças Armadas de 31 países do Ocidente, entre eles os Estados Unidos, prevê que uma invasão a qualquer um dos membros implica automaticamente em uma resposta de tropas de todos os outros membros do grupo.
As negociações foram interrompidas desde então, mas, após a guerra estourar, a Finlândia, vizinha da Rússia e com quem compartilha uma fronteira de mais de 1.300 quilômetros de extensão, decidiu ingressar na Otan.
A convocação recorde da Otan ocorre também no momento em que a Rússia intensificou ataques aéreos a grandes cidades na Ucrânia, em uma tentativa de mostrar força após meses sem conseguir avançar nas linhas de frente de batalha.
Atualmente, soldados russos controlam cerca de 20% do território ucraniano, em áreas no leste e no sul do país.
Por G1.Globo.com
Foto: Valdrin Xhemaj/Reuters