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Saúde

Número de casos semanais de Covid-19 no Brasil é o mais alto desde março

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Frio faz aumentar casos de doenças respiratórias, incluindo a Covid-19

RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Os números de novos casos de Covid-19 voltaram a subir no Brasil na semana passada, quando foram registradas 207,6 mil infecções, um aumento de 24,5% em relação aos sete dias anteriores. Trata-se do maior patamar desde o período entre 20 e 26 de março, quando houve 214,9 mil diagnósticos.

Dados do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) mostram ainda que a média móvel de novos diagnósticos também permanece em crescimento: 115% no dia 4 de junho, em comparação com o observado duas semanas antes.

O cenário é de preocupação entre especialistas, principalmente pelo aumento das internações por doenças respiratórias.

O boletim InfoGripe, elaborado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado no dia 1º, traz uma estimativa de 7.200 internações por Srag (síndrome respiratória aguda grave) em todo o país entre 22 e 28 de maio — eram 6.100 na semana anterior (alta de 18%). Desse total, 59,6% estão associados à Covid-19.

A chegada do frio em boa parte do país tem, segundo o especialista, reforça o componente sazonal do momento atual, que não foi observado em outros anos porque o comportamento da população era outro: as pessoas estavam mais dentro de casa e o uso de máscaras em locais fechados ainda era obrigatório.

“Esta é a primeira vez que temos o comportamento mais ou menos usual pré-pandemia com o clima em cima. Justamente na sazonalidade, a gente está com a guarda baixa, que vem desde a segunda quinzena de janeiro. A coisa foi melhorando, os números diminuíram significativamente e com isso veio um relaxamento quase que geral.”

O grande problema envolve basicamente o declínio da imunidade conferida pelas vacinas ao longo do tempo e da própria imunidade natural de quem teve Covid-19 previamente.

Projeções feitas pelo Grupo de Pesquisa Interdisciplinar Ação Covid-19 já haviam indicado no ano passado a possibilidade de o Brasil ter uma nova onda de infecções entre abril e setembro de 2022.

Por esta razão, o governo iniciou no começo do ano a aplicação do segundo reforço do imunizante em idosos e agora estendeu para todos maiores de 50 anos e profissionais da saúde.

terceira dose para adolescentes entre 12 e 17 anos também foi liberada recentemente.

Na Nota Técnica em que recomenda o segundo reforço, o Ministério da Saúde chama atenção para o “cenário epidemiológico” e para “uma possível sazonalidade da Covid-19 à semelhança de outras viroses respiratórias”.

“Qualquer situação em que aglomerar pessoas sem ventilação é propícia para transmissão de doenças respiratórias. É por isso que esperamos que haja um aumento, não só de Sars-CoV-2, mas também de outros vírus de transmissão respiratória”, salienta o vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e coordenador da infectologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Botucatu, Alexandre Naime Barbosa.

O médico, todavia, estima que menos de 50% das síndromes gripais no Brasil sejam testadas para Covid-19.

“O ideal seria qualquer pessoa com quadro gripal ser testada. Pior do que não ter uma informação é ter uma informação errada. O que está acontecendo agora é uma subnotificação impressionante.”

Diante da situação, o governo de São Paulo, por exemplo, passou a recomendar o uso de máscaras em locais fechados, ainda em tom educativo, sem qualquer obrigatoriedade.

Especialistas sustentam que o uso da proteção facial é uma forma efetiva de frear a rápida disseminação do vírus, especialmente porque a cepa do coronavírus que está predominando no Brasil é uma subvariante da Ômicron chamada BA.2, ainda mais transmissível do que a da onda registrada em janeiro deste ano.

do R7

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