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Siamesa nascida unida à irmã deixa hospital de São Paulo
A gêmea siamesa Eloá, que foi separada da irmã Sara após ambas nascerem unidas pelo tórax, recebeu alta hospitalar hoje, um dia antes do seu aniversário. Elas foram separadas em dezembro do ano passado após uma cirurgia que durou cerca de oito horas e estavam internadas desde então. Sara recebeu alta em abril.
“Dia mais que sonhado e pra lá de especial, o milagre da alta da nossa guerreira Eloá chegou”, anunciou o pai, Vanderson Maia, em uma publicação no seu Instagram. Ela estava internada no Incor (Instituto do Coração), localizado no complexo hospitalar do Hospital das Clínicas da USP, em São Paulo.
Ontem, ela viajou para encontrar a mãe em Ouro Preto do Oeste, em Rondônia, onde fará estabilização em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade. Somente depois de liberada elas seguirão ao encontro do pai, que está com a Sara e o filho mais velho na casa da família em Alvorada do Oeste (RO).
“Aquilo que parecia impossível hoje se torna realidade”, comemora Maia. “Nossa guerreira terá a oportunidade de conhecer o mundo fora do hospital, após um ano de internação, muitas batalhas vencidas, muitas graças alcançadas e desafios superados”, disse o pai.
Ele agradeceu à equipe do Incor que acompanhou Sara até a alta em abril e Eloá liberada hoje. Contudo, o cuidado com Eloá vai continuar nos próximos meses e Vanderson pede orações.
“Permaneçam em oração para nossa nova jornada, com nossa família toda reunida e no momento certo Eloá retornará para as próximas etapas no Instituto do Coração. [Esse é o] Momento de celebrar o Dom da Vida de nossas princesas”.
RELEMBRE A TRAJETÓRIA DAS GÊMEAS
Os pais de Eloá e Sara foram desacreditados por médicos de Rondônia ainda no período da gestação da mãe, Jaqueline Camare. Quando confirmaram que a gravidez poderia ser seguida, eles conseguiram ir para São Paulo após esforços conjuntos, para serem atendidos no Hospital das Clínicas da USP.
Em 23 de setembro de 2020, as duas nasceram pesando 4,2 kg. “Gerou muita expectativa. Minha esposa pediu para acompanhar tudo. Foi uma apreensão muito grande, elas estavam grudadinhas. Deu um desespero, mas ocorreu tudo bem”, disse Vanderson, em entrevista ao UOL, um mês antes da separação das gêmeas.
Nascidas ligadas pelo tórax, cada uma já tinha seu próprio coração, mas elas compartilhavam uma válvula do órgão.
No dia 9 de dezembro, elas passaram pela cirurgia de separação, com dois meses de vida. “Sabíamos que seria uma cirurgia difícil, mas ocorreu tudo bem, graças a Deus. […] A frequência cardíaca de ambas era a mesma, e havia o risco de ocorrer a queda e não retornar mais. No livro dessa guerra, escrevemos uma página feliz. Vencemos uma batalha”, comemorou o pai em conversa com o UOL no dia seguinte à cirurgia.
Fonte: DO UOL
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