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Medicação para HIV pode inibir contágio por coronavírus, diz Fiocruz

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Pesquisa indica que atazanavir minimiza efeitos da doença no organismo e que combinação com ritonavir tem efeito melhor que o da cloroquina

Medicamento contra HIV foi capaz de inibir novo coronavírus, diz estudo da Fiocruz
Bernardo Portella/ Divulgação/ Fiocruz

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz constatou que uma medicação utilizado no tratamento de pacientes com HIV, o atazanavir, foi capaz de inibir o potencial de contaminação do novo coronavírus e ainda minimizar os efeitos da doença no organismo. As informações foram divulgadas pela própria fundação que publicou a pesquisa em uma plataforma internacional na segunda-feira (6).

Os resultados alcançados apontam que o remédio foi capaz de reduzir a produção de proteínas ligadas ao processo inflamatório, causado pela Covid-19 nos pulmões e, portanto, diminuir o agravamento do quadro clínico da doença. Os pesquisadores também estão investigando o uso combinado do atazanavir com o ritonavir, outra medicação utilizada para combater o HIV.

Fora do Brasil

Uma combinação do ritonavir com lopinavir, também usado contra o HIV chegou a ser testada por pesquisadores da China, EUA e Reino Unido para tratar alguns pacientes com covid-19, mas os resultados não se mostraram eficientes, segundo estudo publicado no periódico científico The New England Journal of Medicine em 18 de março. Em um grupo de 99 pessoas, 13 tiveram de interromper o tratamento por conta de efeitos adversos. 

China e Estados Unidos têm testado também um antiviral usado em pacientes infectados com o vírus ebola, o remdesivir, desenvolvido pelo laboratório norte-americano Gilead Sciences.

Fiocruz sugere mais alternativas

De acordo com a Fiocruz, os medicamentos propostos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) estão mais próximos de se tornar terapias para pacientes com coronavírus. Mas a fundação defende que mais alternativas são necessárias, especialmente substâncias já em produção nacional e com perfil de segurança superior àquelas inicialmente propostas pela OMS.

Ainda segundo a Fiocruz, este é o caso do atazanavir, produzido pela própria fundação, no Instituto de Tecnologia em Fármacos -Farmanguinhos. O medicamento foi testado in vitro, em células infectadas. Também foram realizados experimentos comparativos com a cloroquina, que vem sendo incluída em diversos estudos clínicos em todo o mundo.

Comparação com cloroquina

As pesquisas da Fundação Oswaldo Cruz apontam que os resultados obtidos apenas com o atazanavir e em associação com o ritonavir foram melhores que os observados com a cloroquina. A fundação deixa claro que todos esses passos são pesquisa e alerta para os riscos da automedicação, reforçando que não pode haver o uso do Atazanavir ou qualquer outro medicamento para o coronavírus sem a devida orientação médica. Os médicos devem acompanhar o tratamento, especialmente no caso de novas doenças e remédios reposicionados.

A pesquisa, que contou com recursos públicos, envolveu cientistas de dois institutos da Fiocruz –  Instituto Oswaldo Cruz e o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, além do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e a Universidade Iguaçu.

Fonte: R7

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