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Itamaraty acompanha caso de espião russo que atuava no Brasil
O Ministério das Relações Exteriores acompanha o episódio que envolve um diplomata da Rússia que atuava como espião em Brasília, como integrante do corpo diplomático do país no Brasil. A informação foi confirmada ao R7 por fontes próximas ao assunto. Segundo os interlocutores, o espião já deixou o Brasil.
Apesar de monitorar a situação, o Itamaraty não comenta publicamente casos do tipo, pelo caráter sensível do tema. O assunto é tratado sob sigilo. O Ministério das Relações Exteriores não tem poder de investigação, mas acompanha o caso junto às autoridades competentes.
Procurada pelo R7, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) informou que “não nega nem confirma casos de contraespionagem”. A Embaixada da Rússia não retornou o contato da reportagem, e o espaço segue aberto.
Não é a primeira vez que um caso de espionagem russa em território brasileiro vem à tona. Serguei Vladimirovich Cherkasov está preso no Brasil desde outubro de 2022, acusado de uso de documento falso e investigado por suspeita de integrar uma organização criminosa, por atos de espionagem, lavagem de dinheiro e corrupção. Ele usava identidade brasileira falsa para tentar se infiltrar no Tribunal Penal Internacional, em Haia.
Em julho do ano passado, o então ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino afirmou que o Brasil decidiu não autorizar a extradição de Cherkasov para os Estados Unidos. Segundo Dino, a decisão de mantê-lo preso no Brasil levou em consideração um parecer técnico do ministério.
O pedido de extradição foi feito pelo governo dos Estados Unidos ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI), ligado à pasta. A alegação é que Cherkasov havia entrado nos Estados Unidos com documentos brasileiros falsos.
Em março de 2023, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin havia validado a declaração de entrega voluntária do espião à Rússia. O STF recebeu o pedido de extradição da Rússia com base no tratado assinado entre os dois países. Após a prisão dele, o próprio acusado admitiu os crimes e manifestou interesse na extradição voluntária para a Rússia.
O processo exige declaração expressa da pessoa a ser extraditada, com concordância clara da entrega ao país.
Por R7
RENATO ARAUJO/AGÊNCIA BRASÍLIA – ARQUIVO
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