Saúde
Entenda a doença rara que impede mulher de ficar em pé por mais de três minutos sem desmaiar
Lyndsi vive desde 2015 com os sintomas da doença e sem conseguir ter “uma vida normal”
REPRODUÇÃO / INSTAGRAM
Uma jovem americana de 28 anos se autodenomina “alérgica à força da gravidade”, já que não consegue ficar em pé por mais de três minutos sem desmaiar. Essa condição a obriga a passar até 23h na cama e a precisar de ajuda para todas as suas tarefas básicas.
Lyndsi Johnson só consegue se levantar para comer ou tomar banho — atividade que exerce sentada em uma cadeira —, e não passa o dia sem sofrer com quadros de desmaio. Em alguns períodos, a jovem chegou a enfrentar até dez desmaios diários.
“Sou alérgica à gravidade, parece loucura, mas é verdade. O tapete foi rasgado debaixo dos meus pés, eu fui de superativa para ter que me deitar o dia todo”, contou a jovem ao portal Mail Online.
A jovem teve que ser afastada do cargo de mecânica de aviação
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A americana vivia uma vida normal, trabalhava como mecânica de aviação na Marinha dos Estados Unidos. Até que em 2015 começou a ter dores crônicas no abdômen e nas costas. Sem um diagnóstico fechado e com a piora dos sintomas, em 2018, ela foi afastada do cargo.
As dores, no entanto, pioraram e Lyndsi deixou de se curvar e dirigir e passou a vomitar regularmente, chegando a desmaiar em um elevador de hospital em 2020.
“Foi realmente assustador. Meu desmaio piorou a partir daí, eu até desmaiei depois que meu cachorro latiu”, disse ao site de notícias.
Apesar de ter sido hospitalizada várias vezes, os profissionais de saúde alegavam que os sintomas eram causados por distúrbios de ansiedade. Foi apenas em fevereiro de 2022 que ela foi diagnosticada e descobriu que a alergia à gravidade na realidade é um doença rara chamada Stop (síndrome da taquicardia ortostática postural).
De acordo com o manual MSD, a Stop é caracterizada por uma alteração da frequência cardíaca quando o paciente fica em pé que aumenta 30 batimentos por minuto acima do nível considerado normal (120 bpm) e causa, por exemplo, fadiga, atordoamento, intolerância aos esforços, comprometimento cognitivo e taquicardia.
Segundo o Mail Online, o que desencadeia a Stop ainda é desconhecido, “mas pode se desenvolver em pessoas na adolescência ou após uma doença grave, lesão traumática ou gravidez”.
O marido de Lyndsi exerce também a função de cuidador
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Atualmente, Lyndsi depende integralmente do marido James e faz uso de betabloqueadores, um medicamento que diminui a frequência cardíaca. Com o auxílio do remédio, a jovem reduziu os desmaios diários de dez para três e sente menos náuseas.
“Não posso mais sair de casa. Não há cura, mas sou muito grata por James e pelo que tenho”, afirmou na entrevista.
A americana também fica sentada de pernas cruzadas para evitar os enjôos. Lyndsi contou que é uma situação “realmente debilitante, eu não posso fazer as tarefas e James tem de cozinhar, limpar e me ajudar a tomar banho e me lavar. Passei semanas sem escovar os dentes porque isso me faz me sentir horrível”.
A jovem explicou ainda que “se eu cozinhar para James e eu, ficarei na cama incapaz de fazer qualquer coisa pelos próximos três dias”. Isso a obrigou a reorganizar toda a sua vida e moldar as atividades à nova realidade.
“Se estou deitada me sinto bem, mas assim que me levanto fico tonta e desmaio. Tive mesmo de me adaptar a esta nova vida e aceitá-la. Uso auxiliares de mobilidade e isso me ajuda muito”, disse ao site de notícias Newsweek.
Doença que ‘rouba’ capacidade de se comunicar aposenta o cartunista Angeli
Presa na cama, Lyndsi enxergou no Instagram uma possibilidade de se comunicar com o mundo. Lá ela compartilha sua história e conscientiza a população sobre a síndrome. Além disso, ela resolveu se aprofundar em um tema de que sempre gostou, a música.
“Sou grata pelo que tenho e ainda sou capaz de estudar negócios da música, o que é incrível. Não faço muito do que eu costumava fazer, mas cheguei a um acordo com isso agora”, revelou a moça.
Outras pessoas também compartilham como é viver com a Stop, como Kimberly Rhoades, uma jovem com mais de 1 milhão de seguidores no TikTok e diversas visualizações no Instagram. Em seus vídeos, ela mostra as dificuldades diárias da síndrome, como subir uma escada, exercício que para a maioria da população parece extremamente fácil.
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