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Irmãos de 6 e 8 anos ficam 27 dias perdidos na floresta amazônica e sobreviveram por comer fruta típica da região
Dois irmãos, de 6 e 8 anos, desapareceram no meio da floresta amazônica em Manicoré, distante cerca de 380 km de Manaus. As crianças sumiram no último dia 18 de fevereiro. No dia 20 de fevereiro, o Corpo de Bombeiros foi acionado e foram dado início as buscas pelas crianças.
Segundo informações, as crianças saíram de casa para caçar passarinhos nas redondezas e não voltaram. Desde então, uma equipe do Corpo de Bombeiros iniciou as buscas para tentar encontrá-los, mas cinco dias após o início dos trabalhos, as buscas foram suspensas.
Somente no último dia 15 de março, as crianças foram localizadas por um homem que estava cortando madeira na mata quando avistou os irmãos, na Zona Rural do município.
As duas apresentam um quadro grave de desnutrição e várias escoriações na pele. Ao serem localizadas, elas foram transferidas para um hospital de Manaus para tratamento.
A mãe dos meninos contou que as crianças não ficaram sem se alimentar no período em que ficaram desaparecidas. Em entrevista à Rede Amazônica, a agricultora Rosinete da Silva Carvalho revelou que os meninos sobreviveram porque comeram uma frutinha chamada sorva, típica da região amazônica.
“Eu perguntei ‘meu filho vocês não comeram nada?’ Ele me disse: ‘a gente comeu sorva, mãe’. Os meninos sempre comiam sorva porque meu filho mais velho pegava quando ia caçar e sempre que via trazia uma saca pra eles. Então eram acostumados com a sorva”
Os meninos percorreram uma distância de cerca de 35 quilômetros. Eles foram encontrados em uma região de difícil acesso.
“Quando o menor não conseguiu mais andar eles ficaram lá perto e bebiam a água desse igarapé e da chuva”.
Segundo o pediatra Eugênio Tavares, responsável pelo acompanhamento das crianças em Manaus, os garotos fizeram coleta para exames e transição da alimentação.
“O estado [de saúde das crianças] é grave, mas estável. Estão conseguindo se alimentar por via oral, urinando bem e o pulso também está normal. Faremos uma transição na alimentação, agora está sendo líquida, depois pastosa. Eles precisam ganhar pelo menos 50% do peso que perderam durante todo esse período, para poder voltar a Manicoré. Mas não há uma previsão certa para que isso aconteça, até lá faremos o acompanhamento contínuo”, explicou o pediatra.
A princípio, as crianças não precisarão ser internadas em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e receberão atendimento em uma sala de enfermaria especial.
Fonte: G1 AM
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