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Fuga de dólares afunda economia argentina, e já faltam alimentos nos mercados

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Na esteira de dois anos seguidos de recessão, reserva internacional cai para US$ 40 bilhões; indicadores de desemprego e pobreza atingem piores resultados desde 2004

 Jovem que estava desaparecida teve o corpo esquartejado e dado para cães comerem. O delegado afirmou que são “fortes” os indícios de que a ossada seja realmente de Natália, mas que somente a perícia poderá comprovar.

Jovem que estava desaparecida teve o corpo esquartejado e dado para cães comerem Imagem .GIF que ilustra campanha publicitária do Governo de Rondônia ao combate contra o Coronavírus. A Polícia Civil apura se uma ossada achada na zona rural de Formosa, no Entorno do DF, é de uma jovem desaparecida há mais de um mês. Segundo as investigações, Natália Nunes de Moura, de 26 anos, saiu para se encontrar com um homem e, desde então, não foi mais vista. A corporação acredita que ela foi morta, esquartejada e teve parte do corpo dada para cachorros comerem.

O homem com quem ela se encontrou, de 44 anos, foi preso suspeito do crime e confirmou ter se encontrado com a mulher, mas nega o crime. Ele não teve o nome revelado. Por isso, não conseguimos localizar a defesa dele.

A fuga de capital estrangeiro e as medidas do governo para conter a escassez de dólares pressionam a já combalida economia da Argentina, em meio ao prologamento das medidas de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus nas províncias do interior. O país já perdeu US$ 4 bilhões em reservas internacionais desde o início do ano – que somam hoje US$ 40 bilhões –, segundo dados do Banco Central argentino (BCRA, na sigla em espanhol). O cenário, agravado por duas recessões seguidas em 2018 e 2019, já impacta no cotidiano da população. Faltam alimentos e itens básicos nos supermercados de Buenos Aires e arredores. Para analistas, as prateleiras vazias são reflexo das recentes políticas de controle cambial adotadas pelo presidente Alberto Fernández na tentativa de estancar a sangria de dólares do país. Medidas para dificultar o acesso dos portenhos à moeda norte-americana já eram adotadas na gestão do liberal Mauricio Macri, mas foram endurecidas pela atual gestão da Casa Rosada, que tem Cristina Kirchner como vice-presidente. Em setembro, a autoridade monetária anunciou a criação de um novo imposto de 35% sobre gastos no cartão de crédito na moeda internacional. As compras no cartão também foram limitadas a US$ 200, o mesmo valor imposto por Macri para a compra individual. As novas medidas perdurarão até 31 de dezembro.

 Em um país onde historicamente a população usa o dólar como reserva financeira, a restrição empurrou os argentinos para o mercado de câmbio paralelo, causando ainda mais distorções entre a cotação oficial e a extra-oficial, conhecida como dólar blue. Na sexta-feira, 30, as casas de câmbio oficiais negociavam o dólar a 77 pesos, enquanto no mercado clandestino a moeda era vendida a 168 pesos, diferença de 118%. Segundo Daniel Marx, ex-vice-ministro da Economia da Argentina, as medidas escancaram os reflexos negativos da distorção cambial no dia a dia da população. “As pessoas compram moedas internacionais como forma de se protegerem, mas, no fim, isso gera mais problemas. Há desconfiança com os preços dos produtos, já que não se sabe exatamente como precificar algo diante das taxas cambiais”, afirma.

O descompasso do câmbio gera ondas que atingem diferentes pontos do cenário macroeconômico. A importação e venda de produtos é um das mais latentes e com impactos imediatos na população. Pressionados pela falta de dólares, empresas, fornecedores e outros membros da cadeia não conseguem trazer de fora insumos básicos, dificultando a reposição nas prateleiras dos supermercados. “Embora a Argentina seja um grande produtor de grãos e carne, outras coisas precisam ser importadas”, diz Fernando Ribeiro Leite, professor de economia do Insper. A mesma análise é feita por Marx, que acrescenta ainda as dificuldades impostas pelas medidas de contenção da Covid-19. “Alguns produtos sofrem com a logística por causa da pandemia, como os importados. Também há produtores que preferem não vender por causa das incertezas. Em algumas situações, é melhor manter o estoque do que vender e não conseguir repor.”

O cenários difuso e a falta de segurança repelem os investidores internacionais do país, agravando ainda mais o quadro recessivo. Segundo dados da agência oficial de estatísticas do país, o Produto Interno Bruto (PIB) despencou 16,2% no segundo trimestre do ano. O índice do desemprego disparou 13,1% no mesmo período — o maior em 16 anos —, enquanto a inflação bateu 36,6% nos últimos 12 meses encerrados em setembro. O acúmulo de resultados negativos fez o índice de pobreza do país disparar para 40,9% no primeiro semestre, também o pior índice desde 2004, quando o país ainda vivia a ressaca da recessão histórica de 2001. Além da herança de anos de desequilibro nas contas, parte deste quadro econômico foi agravado com a paralisação de setores do comércio e da indústria em meio às medidas de isolamento social. Na semana passada, o presidente Fernández anunciou nova prorrogação do lockdown para 8 de novembro. O país vive uma escalada da disseminação do vírus e ultrapassou a barreira de 1 milhão de infectados, com mais de 30 mil óbitos. Segundo Marx, o peso da doença afundou algo que já vinha sofrendo para alcançar fôlego. “Antes da pandemia, a economia argentina já passava por tempos difíceis, com anos de recessão e inflação alta. Quando o coronavírus chegou, as coisas ficaram muito piores. Para este ano, a previsão é queda de 12% do PIB e permanência da inflação alta.”

Fonte: jovempan

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